sábado, 1 de fevereiro de 2014

Vindimas e tradicional matança do porco

Minho, Guimarães

       Em S. Torcato, terra de grande riqueza paisagística, do folclore, da festa, da gastronomia, é o símbolo tão típico de um povo que coloca toda a sua paixão em tudo o que nos oferece.
     
       Vindimas, consistem na colheita dos cachos de uvas, destinadas à produção de vinho, quando estas atingem o grau indicado de amadurecimento.
      







Registei alguns aspetos bastante  interessantes - escadas com comprimentos impressionantes, construídos manualmente; a forma como os cestos são levados para o topo das mesmas e o seu regresso ao chão, devidamente cheios de uvas; o transporte à cabeça das belas senhoras vestidas com o seu uniforme minhoto (admirável) para as dornas (recipientes para armazenar as uvas das vindimas)  já instaladas e amarradas num carro de bois. Posteriormente e depois de todos os condicionalismos concluídos (ver a graciosidade como os bois são ornamentados) inicia-se o transporte para a adega. Este transporte é acompanhado por uma chiadeira do carro de bois que se mistura com o som dos tocadores de instrumentos (concertina, guitarra, ferrinhos, bombo) e aos cânticos próprios desta região, até ao recinto do fabuloso Mosteiro de S. Torcato, para a pisada.

         Falando em dornas -  instrumentos construidos totalmente em madeira (ripas) e que são unidas por compressão, por meio de anéis. Permite pisar pequenas porções da vindima para produção de determinadas castas e efetuar assim experiências com misturas.
         No recinto a montagem de um alpendre onde se retrata elementos que documentam a atividade agrícola. Neste local é-nos oferecido com todo o requinte que a ocasião assim o exige, o festim do pisar das uvas na sua forma tradicional, as cantorias, o molhar das gargantas com o verdinho da região servido apenas numa malga, o bacalhau frito, as nozes...surpresas.

          Este encontro, árduo para quem trabalha, termina com a matança do porco também no processo antigo (basta dizer que a lâmina para limpar o pelo do animal é um simples pedaço/caco de barro), onde a nossa presença é necessária para a construção de um pensamento de valor. 
          Hoje esta atividade é considerada um ato brutal e inaceitável, mas a tradição continua viva.

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